Friday, November 27, 2020

VÍRUS, FUTUROLOGIA E HORROR À DEMOCRACIA

VÍRUS, FUTUROLOGIA E HORROR À DEMOCRACIA | Plataforma Cascais

Tal como se previu ainda antes de o autoritarismo começar a cavalgar a pandemia, a COVID-19 tem as costas muito largas e nelas cabem todos os pretextos imagináveis para usar discricionariamente as alavancas dos poderes, sejam eles nacionais e, sobretudo, globais. Não existe nada tão sensível como a saúde, de cada um e de todos; nada é tão manipulável como uma sociedade reduzida ao medo, agravado através de campanhas de pânico; poucas coisas condicionam tanto os comportamentos humanos como a incerteza. E os que não convivem bem com a democracia aproveitam.

O caldo de cultura está pronto: basta mexê-lo. E para isso há mestres em acção e com receitas bem programadas que já perderam há muito, nas ânsias de aproveitar “esta rara mas estreita janela de oportunidade”, as originais e alegadas preocupações com a saúde pública. Em boa verdade é “do futuro dos negócios que se trata”, como agendou o Fórum Económico Mundial para o seu próximo conclave em Davos, que decorrerá ainda em pleno “Inverno negro” pandémico.

Recuemos dez anos no tempo e recordemos o cenário imaginado pela globalista Fundação Rockefeller, uma das principais patrocinadoras do fórum de Davos, ao antecipar o aparecimento de “uma nova estirpe de gripe extremamente virulenta e mortal”. Estávamos em 2010 e no capítulo “Lock Step” da sua antevisão designada “Cenários para o Futuro da Tecnologia e do Desenvolvimento Internacional” a citada fundação projectava uma situação em que, perante a pandemia, “dirigentes nacionais em todo o mundo reforçam a sua autoridade e impõem regras e restrições herméticas, desde o uso obrigatório de máscaras até à verificação da temperatura temporal”.

A Fundação Rockefeller, além de reconhecidamente “filantrópica”, como as comunicações mundana e “de referência” nos lembram sem parar, é também visionária. E previu, como consequência da pandemia, “um apertado controlo governamental de cima para baixo e uma liderança mais autoritária”, com “crescente pressão sobre os cidadãos”.

Se recordo estes dotes de adivinhação manifestados pelos mais acérrimos defensores da globalização neoliberal, também exibidos durante o “Evento 201” ocorrido em Outubro de 2019, dois meses e meio antes de conhecido o SARS-CoV-2, é para os podermos ler e interpretar de acordo com a realidade que vivemos nos dias de hoje.

E podermos partir daí para antevermos o que nos espera, com ou sem COVID-19, cingindo-nos ainda às antevisões feitas em 2010.

“Mesmo depois de a pandemia ter sido ultrapassada”, lê-se no “Lock Step” da Fundação Rockefeller, “o controlo e supervisão mais autoritários das cidades continuaram e intensificaram-se” e, como “protecção contra a disseminação de problemas cada vez mais globais – de pandemias ao terrorismo internacional, a crises ambientais e ao aumento da pobreza -, os dirigentes mundiais apoderaram-se de maneira mais firme do poder”.

Isto é, a nova e “virulenta estirpe de gripe” trouxe o poder autoritário; depois, o vírus vai-se mas o autoritarismo fica. Não se trata, pois, de saúde pública mas sim de poder; e de poder cada vez mais global e antidemocrático.

Porque – e recorrendo ainda à receita programática da Fundação Rockefeller – a imposição desse autoritarismo será facilitada “por cidadãos assustados que voluntariamente abandonam parte da sua soberania – e privacidade – a Estados mais paternalistas, em troca de maior segurança e estabilidade”.

Agora, entre as previsões e a realidade por nós vivida tente o leitor situar-se.

A “janela de oportunidade”

Foi no Verão deste ano, quando ainda os poderes nacionais e transnacionais não tinham retomado a vertigem dos estados de excepção, preparando assim os cidadãos para que a excepção venha a ser a regra, que o Fórum Económico Mundial anunciou o tema para a sua reunião em Janeiro de 2021: o “Futuro da Natureza e dos Negócios” no âmbito do “Great Reset”, o “grande reinício” ou a “grande restauração” do capitalismo.

O Fórum Económico Mundial não é apenas mais um grupo de pressão e propaganda do neoliberalismo global como regime único. É, de facto, uma cimeira do neoliberalismo ao mais alto nível. Acolhe anualmente dezenas das grandes figuras da política e da economia globais, com destaque para os Estados Unidos da América – presidente incluído, seja ele qual for – e para a União Europeia, sem esquecer as presenças imprescindíveis dos expoentes do Banco Central Europeu, do Banco Mundial e do FMI.

Recorda-se que na mesma altura em que o fórum de Davos anunciou o seu “Great Reset” o FMI publicou um relatório intitulado “Da grande quarentena à grande transformação”. Transformar, reiniciar, restaurar: da Fundação Rockefeller ao Fórum Económico Mundial e FMI a orquestra neoliberal está perfeitamente afinada.

O que é o “Great Reset”? Segundo os promotores, uma resposta à pandemia de COVID-19 como “uma rara e estreita janela de oportunidade para reflectir, reimaginar e redefinir o nosso mundo de modo a criar um futuro mais saudável, mais justo, mais próspero”. Ou, como explica o magnata alemão Klaus Schwab, presidente do Fórum Económico Mundial, “precisamos de renovar todos os aspectos da nossa sociedade, desde a educação aos contratos sociais e condições de trabalho”; isto é, “precisamos de um grande reinício do capitalismo”.

Resta rematar que, na perspectiva da próxima reunião de Davos, a “Rede de Inteligência Estratégica” do Fórum Económico Mundial produziu uma Plataforma de Acção defendendo “um governo global para resposta à pandemia (…) moldando o futuro no século XXI desde os media às vacinas”.

Governo global, isto é, uma entidade tecnocrática, sem rosto e à qual caberá, para gáudio dos fundamentalistas neoliberais, gerir o fascismo económico planetário sem os entraves da democracia à medida que os Estados nacionais se vão dissolvendo no tropel da submissão da política aos poderes financeiros e económicos transnacionais.

Futurologia? Não mais do que o cenário gerado pela pandemia de uma “virulenta estirpe de gripe” idealizado em 2010 pela Fundação Rockefeller.

De governo global já falava, há mais de vinte anos, o estratego Henry Kissinger, criminoso de guerra, um dos gurus da Fundação Rockefeller e do globalismo: quando colocadas perante o desconhecido, disse, “as pessoas renunciam de bom grado aos seus direitos individuais, trocando-os pela garantia do seu bem-estar assegurado pelo governo mundial”.

Ou, como apregoa o presidente do Fórum Económico Mundial e pode ler-se como consigna no website desta entidade: “Bem-vindo a 2030! Não tem nada de seu, não tem privacidade mas a sua vida nunca foi melhor”. Isto no reino comandado pela “Quarta Revolução Industrial”, pela robotização e guiado pela inteligência artificial.

Continuamos na senda das elucubrações em torno do futuro, mas existe inegavelmente um fio condutor estratégico que pretende afastar-nos da situação em que vivíamos nos tempos pré-COVID em direcção ao tal “novo normal” no qual as excepções de antes se transformam em regras de agora. Como se lê a propósito da próxima reunião de Davos, a pandemia “é uma oportunidade para mudar a forma como comemos, crescemos, construímos e alimentamos as nossas vidas de modo a alcançar uma economia neutra em carbono, positiva para a natureza”. O discurso não é de amanhã, como facilmente se identifica, mas de hoje – em torno, por exemplo, do capitalismo “verde”, da “sustentabilidade” e de outras mais muletas propagandísticas do globalismo neoliberal. A propaganda está montada em função das teorias sobre o futuro criadas pelos fundamentalistas neoliberais de hoje. E que sabem, como ninguém, tirar o máximo proveito do vírus cujo aparecimento vaticinavam. Treinaram-se a contar com isso.

Para a generalidade das pessoas, a pandemia de COVID-19 é uma ameaça, um martírio, uma fonte de legítima e justificada insegurança; para os que a gerem mexendo cordelinhos transnacionais ao alcance dos que sonham com o “governo global”, a COVID-19 é o pretexto, a tal “janela de oportunidade” que vem mesmo a propósito para reforçar o fascismo neoliberal. Depois de tantas vezes previsto e encenado ao longo dos últimos anos, o vírus surgiu mesmo. Melhor só de encomenda.

Nos seus cenários o neoliberalismo estipula que o autoritarismo continuará e intensificar-se-á mesmo depois da pandemia. Cabe-nos combatê-lo democraticamente, desde logo em plena ...

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Wednesday, November 25, 2020

Actúa: 10 maneras para contribuir a erradicar la violencia contra las mujeres, incluso durante una pandemia – Afroféminas

Actúa: 10 maneras para contribuir a erradicar la violencia contra las mujeres, incluso durante una pandemia – Afroféminas


Actúa: 10 maneras para contribuir a erradicar la violencia contra las mujeres, incluso durante una pandemia

En 2020, la COVID-19 ha trastocado nuestras vidas en casi todos los sentidos y en todas partes. Los países han impuesto confinamientos y restringido la circulación de personas para contener la propagación del virus. A medida que se cerraban las puertas y se iniciaba el aislamiento, comenzaron a aumentar las denuncias de todas las formas de violencia contra las mujeres y las niñas, en particular la violencia en el ámbito privado.

La pandemia de la violencia contra las mujeres no es nueva. Incluso antes de la aparición de la pandemia de COVID-19, en todo el mundo 243 millones de mujeres y niñas habían sido maltratadas por sus compañeros sentimentales en el último año. La pandemia de la COVID-19 ha intensificado la violencia, que se ha visto agravada por una reducción de los servicios de apoyo y del acceso a la ayuda.

Hoy en que conmemoramos el Día Internacional de la Eliminación de la Violencia contra la Mujer nos unimos a la campaña de ONU mujeres y hacemos equipo con sobrevivientes, activistas, responsables de la toma de decisiones, el sistema de las Naciones Unidas y personas de todo tipo para destacar la necesidad de financiación, servicios esenciales, prevención y datos que propicien respuestas mejor fundamentadas.

Poner fin a la violencia contra las mujeres es asunto de todas y todos.

He aquí diez maneras en que puedes lograr el cambio de forma segura y efectiva.

1. Escucha y cree a las sobrevivientes

Believe survivors

Cuando una mujer comparte su historia de violencia, está dando el primer paso para romper el ciclo de maltrato. Debemos garantizarle el espacio seguro que necesita para hablar y ser escuchada.

Conviene recordar que al tratar casos de violencia sexual, la sobriedad, la vestimenta y la sexualidad de la víctima son irrelevantes. El autor es el único responsable de la agresión y debe asumir la responsabilidad por sí solo. Protesta contra la culpabilización de la víctima y haz frente a la idea de que las mujeres deben evitar situaciones que se perciban como “peligrosas” según los estándares tradicionales.

Las sobrevivientes están alzando la voz más que nunca, y todas y todos podemos hacer algo para asegurar que se les haga justicia.

No digas “¿por qué no te fuiste de allí?”.

Di: “Te escuchamos. Te creemos. Estamos contigo”.

2. Enseña a la próxima generación y aprende de ella

El ejemplo que damos a la generación más joven determina la manera en que esta piensa sobre el género, el respeto y los derechos humanos. Inicia conversaciones sobre los roles de género a una edad temprana y cuestiona los rasgos y las características tradicionales asignadas a hombres y mujeres. Señala los estereotipos a los que niñas y niños se enfrentan constantemente, ya sea en los medios de comunicación, en la calle o en la escuela, y hazles saber que no hay nada malo en ser diferente. Fomenta una cultura de aceptación.

Habla sobre el consentimiento, la autonomía física y la rendición de cuentas a niñas y niños, y escucha también lo que tienen que contar sobre su experiencia en el mundo. Al dotar a jóvenes activistas con información y educarlos sobre los derechos de las mujeres, podemos construir un futuro mejor para todas y todos.

3. Exige respuestas y servicios adecuados para su propósito

Services for survivors of violence

Los servicios para las sobrevivientes son servicios esenciales. Esto significa que para las sobrevivientes de la violencia de género debe haber refugios, líneas de atención telefónica, asesoramiento y todo el apoyo que necesiten, incluso durante la pandemia del coronavirus.

Cada año, la campaña de 16 Días de activismo pide una acción colectiva y global para poner fin a todas las formas de violencia contra las mujeres y las niñas. Este año, las Naciones Unidas, junto con nuestras entidades asociadas, están exigiendo cuatro medidas críticas, resumidas en nuestro tema de la campaña de 2020: FINANCIAR, RESPONDER, PREVENIR, RECOPILAR.

Únete para instar a los gobiernos a que: subsanen las brechas de financiación para abordar la violencia contra las mujeres y las niñas, garanticen que los servicios esenciales para las sobrevivientes de violencia se mantengan durante esta crisis, apliquen medidas de prevención, e inviertan en la recopilación de los datos necesarios para adaptar y mejorar los servicios que salvan vidas de mujeres y niñas.

4. Comprende qué es el consentimiento

El consentimiento convencido dado libremente es imprescindible, en todo momento.

En lugar de oír un “no”, asegúrate de oír un “sí” activo que haya sido expresado por todas las personas involucradas. Integra el consentimiento convencido en tu vida y habla de él.

Frases como “se lo estaba buscando” o “los hombres así son” intentan desdibujar los límites del consentimiento sexual, culpabilizar a las víctimas y exculpar a los agresores del delito que han cometido.

Puede que las personas que usan estas expresiones entiendan el consentimiento como una idea vaga, pero la definición es muy clara. Cuando se trata de consentimiento, no hay límites difusos.

5. Conoce los indicios del maltrato y aprende cómo puedes ayudar

Hay muchas formas de maltrato y todas ellas pueden dejar secuelas físicas y emocionales graves. Si te preocupa una amiga que pueda estar sufriendo violencia o que se siente insegura junto a alguien, revisa los siguientes indicios de maltrato y aprende las maneras de ayudarla a encontrar seguridad y apoyo.

Si crees que alguien te está maltratando, hay ayuda disponible. No estás sola. Si quieres hablar con alguien con conocimientos en el tema a través de una línea de ayuda, hemos reunido esta lista de recursos disponibles en todo el mundo.

6. Inicia una conversación

Speak out

La violencia contra las mujeres y las niñas constituye una violación de los derechos humanos que ha sido perpetuada durante décadas. Es omnipresente, pero no es inevitable, a menos que permanezcamos en silencio.

Demuestra tu solidaridad con las sobrevivientes y tu postura en la lucha por los derechos de las mujeres coloreando de naranja tu perfil de las redes sociales para los 16 Días de activismo. Aquí puedes descargar banderolas para Facebook y Twitter.

En Instagram, puedes usar el filtro facial de ONU Mujeres para mostrar qué estás haciendo para erradicar la violencia de género y etiquetar a una amiga o amigo y animar a tu comunidad a hacer lo mismo.

Utiliza las etiquetas #orangetheworld, #16Days y #GenerationEquality para iniciar tu propia conversación sobre la violencia de género, o difunde parte del contenido de nuestro paquete para redes sociales con los mensajes de muestra y gráficos en inglés, francés, español, ruso, árabe y chino disponibles aquí.

7. Demuestra tu oposición a la cultura de la violación

 La cultura de la violación se da en entornos sociales que permiten que se normalice y justifique la violencia sexual, y en estos entornos se alimenta de las persistentes desigualdades de género y las actitudes sobre el género y la sexualidad. Poner nombre a la cultura de la violación es el primer paso para desterrarla.

Cada día tenemos la oportunidad de examinar nuestros comportamientos y creencias en busca de los sesgos que permiten que siga existiendo la cultura de la violación. Piensa en cómo defines la masculinidad y la feminidad, y cómo influyen tus propios prejuicios y estereotipos.

Desde nuestra actitud acerca de las identidades de género hasta las políticas que apoyamos en nuestras comunidades, todo el mundo puede tomar medidas para luchar contra la cultura de la violación.

Conoce más maneras de oponerte a la cultura de la violación>

8. Haz donaciones a organizaciones de mujeres

Haz donaciones a organizaciones locales que ayudan a las mujeres, amplifica sus voces, apoya a las sobrevivientes, y promueve la aceptación de todas las identidades de género y sexualidades.

ONU Mujeres trabaja con organizaciones de mujeres en todas partes para poner fin a la violencia contra las mujeres, ayudar a las sobrevivientes, y asegurar la igualdad de derechos para las mujeres y las niñas de todo el mundo. Dona ahora en https://donate.unwomen.org/es.

9. Sé responsable y exige responsabilidades a los demás

You are not alone

La violencia puede adoptar muchas formas, incluido el acoso sexual en el lugar de trabajo y en los espacios públicos. Pronúnciate contra ciertos comportamientos señalándolos: los silbidos, los comentarios sexuales inapropiados y los chistes sexistas nunca son aceptables. Promueve un ambiente más seguro retando a tus compañeras y compañeros a reflexionar sobre su propio comportamiento y manifestándote cuando alguien se pase de la raya, o pidiendo ayuda a otras personas si sientes algún temor.

Como siempre, escucha a las sobrevivientes y asegúrate de que tengan el apoyo que necesitan.

10. Conoce los datos y pide más información

Para combatir eficazmente la violencia de género, es necesario entender bien la cuestión.

La recopilación de datos pertinentes es fundamental para aplicar con éxito medidas de prevención y proporcionar a las sobrevivientes el apoyo adecuado.

Debido a que la violencia de género ha aumentado durante la pandemia de COVID-19, las brechas en la recopilación de datos sensibles al género son más evidentes que nunca. Pide a tu gobierno que invierta en la recopilación de datos sobre la violencia de género.

Descubre en https://data.unwomen.org/ de qué forma trabaja ONU Mujeres para lograr un cambio radical en cómo se usan, crean y promueven las estadísticas de género.


Texto tomado de la web de ONU mujeres.

Sunday, November 22, 2020

Los algoritmos que asocian apariencia y criminalidad tienen un pasado oscuro

Los algoritmos que asocian apariencia y criminalidad tienen un pasado oscuro | Ideas de Aeon

FRAGMENTO:

Una de las objeciones morales más fuertes al uso del reconocimiento facial para detectar la criminalidad es que estigmatiza a las personas que ya están excesivamente vigiladas. Los autores dicen que su herramienta no debe usarse en la aplicación de la ley, pero citan solo argumentos estadísticos sobre por qué no debe implementarse. Señalan que la tasa de falsos positivos (50 por ciento) sería muy alta, pero no se dan cuenta de lo que eso significa en términos humanos. Esos falsos positivos serían personas cuyos rostros se parecen a personas que han sido condenadas en el pasado. Dados los prejuicios raciales y de otro tipo que existen en el sistema de justicia penal, tales algoritmos terminarían sobrestimando la criminalidad entre las comunidades marginadas.

La cuestión más polémica parece ser si reinventar la fisonomía es un juego limpio para los propósitos de la "discusión académica pura". Uno podría objetar sobre bases empíricas: los eugenistas del pasado como Galton y Lombroso finalmente no lograron encontrar rasgos faciales que predispusieran a una persona a la criminalidad. Eso es porque no se pueden encontrar tales conexiones. Del mismo modo, los psicólogos que estudian la heredabilidad de la inteligencia, como Cyril Burt y Philippe Rushton, tuvieron que jugar rápido y relajado con sus datos para fabricar correlaciones entre el tamaño del cráneo, la raza y el coeficiente intelectual. Si hubiera algo por descubrir, presumiblemente las muchas personas que lo han intentado a lo largo de los años no se habrían quedado secos.

El problema de reinventar la fisonomía no es simplemente que se haya intentado sin éxito antes. Los investigadores que persisten en la búsqueda de la fusión fría después de que el consenso científico ha avanzado también enfrentan críticas por perseguir unicornios, pero la desaprobación de la fusión fría está muy lejos del oprobio. En el peor de los casos, se considera que están perdiendo el tiempo. La diferencia es que los daños potenciales de la investigación de la fusión fría son mucho más limitados. En contraste, algunos comentaristas argumentanque el reconocimiento facial debería regularse tan estrictamente como el plutonio, porque tiene tan pocos usos inocuos. Cuando el proyecto sin salida que quieres resucitar se inventó con el propósito de apuntalar las estructuras coloniales y de clase, y cuando lo único que es capaz de medir es el racismo inherente a esas estructuras, es difícil justificar intentarlo una vez más. solo por curiosidad.

Sin embargo, llamar 'frenología' a la investigación sobre reconocimiento facial sin explicar lo que está en juego probablemente no sea la estrategia más efectiva para comunicar la fuerza de la queja. Para que los científicos se tomen en serio sus responsabilidades morales, deben ser conscientes de los daños que podrían resultar de su investigación. Es de esperar que decir con más claridad lo que está mal en el trabajo etiquetado como 'frenología' tendrá más impacto que simplemente lanzar el nombre como un insulto.

Wednesday, November 18, 2020

Performance colectivo Las Tesis "Un violador en tu camino"


Colectivo Las Tesis realizan performance en el día contra la violencia hacia las mujeres. Centro de Santiago, 25 de noviembre 2019. Registro y edición: NOA (Nosotras Audiovisuales). #NosotrasAudiovisuales #FemaleFilmmaker #LoQueLaTeleNoTeMuestra #NoMasImpunidad #OjoChile #EstoPasaEnChile

Tuesday, November 10, 2020

El Rescate del Informe Mc Bride y la Construcción de un Nuevo Orden Mundial de la Información

El Rescate del Informe Mc Bride y la Construcción de un Nuevo Orden Mundial de la Información

El Rescate del Informe Mc Bride y la Construcción de un Nuevo Orden Mundial de la Información



Por Javier Esteinou
Número 39

Con motivo de la celebración internacional del XXV aniversario del Informe MacBride, es conveniente reflexionar sobre las aportaciones y repercusiones que provocó para evaluar que tanto se cumplió el espíritu de tan trascendente propuesta político-cultural sobre las directrices de comunicación para las sociedades contemporáneas del siglo XX. Para ello, es necesario recuperar el caudal de ideas y alternativas que aportó en los años 80s. aquel importante debate pionero a escala mundial para intentar crear un Nuevo Orden Mundial de la Comunicación.

Ante ello, es necesario recordar que en 1980 el irlandés Sean MacBride, fundador de Amnistía Internacional y premio Lenin y Nobel de la paz, preparó la propuesta denominada Informe MacBride con el fin de estudiar los principales problemas de la comunicación y que fue aceptado por consenso en la Conferencia General de la UNESCO, en Belgrado. Durante el proceso de gestación del Informe MacBride, la UNESCO fue escenario de fuertes tensiones entre países partidarios y detractores por intentar promover políticas nacionales de comunicación, hasta el extremo de convertirse en un factor clave para comprender la posterior salida de los Estados Unidos y el Reino Unido de la UNESCO. Estas posiciones se aglutinaron en relación a dos conceptos antagónicos durante décadas y continúan hasta la actualidad: Nuevo Orden Mundial de la Información y la Comunicación (NOMIC) v.s Libre Flujo de la Información (free flow of information).

Examinando la vigencia de los planteamientos formulados hace 25 años por el Informe MacBride; hoy podemos decir al principio del siglo XXI, que dichos postulados no se han satisfecho y siguen siendo plenamente vigentes para la agenda política, cultural e informativa de la sociedad del nuevo milenio, especialmente, cuando hoy se discute en Ginebra y el Túnez, en la UNESCO el proyecto de elaboración de la nueva Sociedad de la Información. En consecuencia, su marco y visión comunicativa de la sociedad, en la mayor cantidad de los rubros propuestos siguen pendientes de construirse y deberá ser una directriz central que tendrán que rescatar el corazón de los proyectos de cultura y comunicación contemporáneos para construir naciones y comunidades humanas más equilibradas.

Dentro de los muchos planteamientos que formuló hace más de dos décadas el Informe MacBride, destacan, entre otros, por su importancia vertebral para ser retomados en la actualidad, particularmente después de que los Estados Unidos se volvió a incorporar a la UNESCO el 1 de octubre de 2003; los siguientes 5 aspectos: La unidireccionalidad de la comunicación, la concentración vertical y horizontal, la trasnacionalización, la alineación informativa y la democratización de la misma.

En cuanto a la unidireccionalidad de la comunicación, el Informe MacBride, señaló que “la comunicación es un intercambio permanente entre interlocutores iguales o al menos recíprocamente responsables. La comunicación basada en un intercambio y un diálogo libres, no solamente es más auténtica y más humana, sino que además constituye una mejor salvaguarda de la armonía social” 1.

Sin embargo, también existe la circulación de la información que es vertical en lugar de horizontal y se efectúa, en parte, en una sola dirección, de arriba abajo. Esta concepción de la comunicación tiende a eclipsar el objetivo, igualmente importante que consiste en fomentar el acceso y la participación del público. En éste modelo el hombre y la mujer corrientes se sienten excluidos y piensan que la destreza y el material profesional son condiciones indispensables para la comunicación.

La comunicación de tipo estrictamente vertical caracteriza a las sociedades que se basan en un sistema de estratificación social rígido, jerárquico y selectista. Los sistemas de información muy centralizados y rigurosamente controlados de circulación vertical, dirigida de arriba abajo, están admirablemente adaptados a las sociedades que reprimen la disensión y la discrepancia con respecto a la política oficial y a los que imponen unos modos de comportamiento.

En las sociedades adelantadas, la circulación vertical produce un volumen considerable de información. Pero esta información suele ofrecerse sin discernimiento, sólo va dirigida a un público preciso y definido y no ha sido concebida en función de exigencias y necesidades humanas. Por ello, se ha hablado de una carga excesiva de información, que puede convertirse en fuente de confusiones mentales, alineación, repliegue en uno mismo y pasividad.

En la actualidad esta realidad que se describió hace 25 años sigue existiendo con las mismas características en el terreno comunicativo nacional e internacional. Por ello, es conveniente adoptar las medidas que desde más de dos décadas recomendó el Informe MacBride, para evitar la verticalidad de la comunicación, y que al respecto señaló que para transformar esta situación, es necesario acelerar la participación creciente de un mayor número de personas en las actividades de comunicación, para facilitar el progreso de las tendencias a la democratización de todo el proceso de comunicación y una expansión de las corrientes de información pluridireccionales, procedentes de una multitud de fuentes: hacia arriba, hacia abajo y horizontalmente2.

En cuanto a la concentración vertical y horizontal de la comunicación, el Informe MacBride, señaló que “la industrialización tiende a estimular la concentración de la comunicación mediante la formación de monopolios u oligopolios en materia de acopio, almacenamiento y difusión de la información. La concentración actúa en tres direcciones: a) integración horizontal y vertical de empresas que actúan en el sector informativo y recreativo; b) participación de empresas pertenecientes a ramas industriales diferentes e interesadas por la expansión de los medios de comunicación social (cadenas de hoteles o de restaurantes, compañías aéreas, constructores de automóviles o empresas mineras interesadas por la prensa, producción de películas e incluso por el teatro); y c) fusión e interpenetración de diversas industrias de la información (creación de grandes conglomerados que abarcan múltiples medios de comunicación social).”3.

Aunque a veces se debe a razones o presiones políticas, en los principales sectores de la comunicación, “la concentración viene provocada sobretodo por las condiciones que rigen la obtención de beneficios en los mercados nacionales y mundiales, y por la circulación de capitales. La concentración se deriva de varios factores, como son: a) las tendencias fundamentales de las economías de mercado; b) las tendencias a la homogenización de la información, de las mensajes y del contenido; c) las presiones económicas derivadas de los cambios técnicos en materia de edición y distribución; d) la presión de la competencia para obtener ingresos derivados del tiraje y la publicidad; e) la competencia entre los diferentes medios de comunicación social; f) la uniformización de los “productos culturales”; g) la existencia de periódicos que no responden a una necesidad económica o social precisa; h) el aumento de los gastos de producción y la reducción de los ingresos publicitarios; i) la fusión organizada de periódicos; j) los acuerdos administrativos, las medidas de fomento financiero, y las normas fiscales que van en detrimento de las empresas independientes; k) los procesos recesivos generales; y m) la inexistencia de nuevos recursos financieros” 4.

En los países industrializados, la concentración sigue rumbos muy diversos, como son: a) apropiación creciente de los medios de comunicación social por el sector privado; b) extensión de distintas empresas en diferentes campos (noticias, productos culturales, producción de medios de programación y fabricación de material destinado a la industria de la comunicación); c) aumento del numero y de la importancia de las cadenas de periódicos; d) concentración de diarios y de diversas publicaciones periódicas diarias, semanales, mensuales en mismo editor; e) fusión de periódicos y de sociedades de distribución; f) control de la prensa por industrias o bancos; g) fusión de la prensa con otros órganos de información; y h) importancia creciente de las actividades de los medios de comunicación social dominantes5.

Dicha realidad que se expuso hace más de dos décadas sigue existiendo con las mismas características en el actual mapa comunicativo nacional e internacional. Por ello, es conveniente adoptar las medidas que recomendó el Informe MacBride, para evitar la concentración de la comunicación, y que al respecto señaló que “es necesario tomar medidas jurídicas eficaces para: a) limitar la concentración y la monopolización; b) conseguir que las empresas transnacionales acaten los criterios y las condiciones especificas definidos en la legislación y en la política de desarrollo nacionales; c) invertir la tendencia a la reducción del número de responsables cuando esta aumentando la eficacia de la comunicación y la dimensión del público; d) reducir la influencia de la publicidad sobre la redacción y los programas de radiodifusión; y e) perfeccionar los modelos que permiten fortalecer la independencia y la autonomía de los órganos de información en materia de gestión y de política de redacción, independientemente que sean privados o públicos”6.

En cuanto a la trasnacionalización de la comunicación, el Informe MacBride, señaló que “en el plano internacional los modelos de comunicación se parecen mucho a los demás que se aplican en los demás sectores de la vida económica. El fenómeno de la transnacionalización ha afectado prácticamente a todo el sector de la comunicación, de forma que la producción, los servicios y los mercados periféricos son controlados mayoritariamente por los centros hegemónicos”7.

En resumen, “la industria de la comunicación está dominada por un número relativamente pequeño de empresas que engloban todos los aspectos de la producción y la distribución, están situadas en los principales países desarrollados y sus actividades son transnacionales. La concentración y la transnacionalización son consecuencias, quizás inevitables, de la interdependencia de las diferentes tecnologías y de diversos medios de comunicación, del costo elevado de la labor de investigación y desarrollo y de la aptitud de las firmas más poderosas cuando se trata de introducirse en cualquier mercado. Estas tendencias existen en muchas industrias, pero la comunicación constituye un sector especial. Los medios de comunicación transnacionales ejercen una influencia capital sobre las ideas y las opiniones, sobre la evolución, para bien o para mal, de todas las sociedades. De ésta manera, a las empresas transnacionales les incumbe una responsabilidad especial en el mundo actual, ya que su posición dominante en materia de información hace de ellas un elemento de la estructura que determina el desarrollo de los modelos económicos y sociales y la sociedad tiene derecho a insistir que la asuman”8.

Esta realidad diagnosticada internacionalmente hace 25 años por el Informe McBride continúa existiendo en la actualidad de manera ampliada a todos los niveles comunicativos. Por ello, con miras a contribuir a salvaguardar la democracia interna y a fortalecer la independencia nacional es necesario considerar las siguientes 5 alternativas para fortalecer las políticas de comunicación en los países desarrollados:

Primero, es necesario formular una política cultural nacional encaminada a fomentar la identidad y la creatividad culturales, recurriendo a los medios de comunicación social como sus instrumentos de apoyo. Semejante política debe incluir directrices que salvaguarden el desarrollo cultural nacional, al mismo tiempo que faciliten el conocimiento de las demás culturas. Cada cultura realza su propia identidad comparándose con las demás.

Segundo, las políticas de comunicación y cultura deberían de facilitar el acceso a los medios de comunicación social, tanto de los creadores como de diversos grupos que están en la base de la sociedad, para que puedan expresarse y hacer oír su voz; lo cual constituiría una base de dialogo cultural permanente entre las diversas comunidades.

Tercero, se requiere formular directrices compatibles entre el contenido de la publicidad, los valores y actitudes que fomenta; y los proyectos de identidad y desarrollo de las sociedades donde actúan.

Cuarto, ciertas restricciones de la concentración de los recursos pueden ser de interés público. Por ello, un requisito indispensable es que el público pueda conocer las estructuras de propiedad de los medios de comunicación social.

Y quinto, debe formularse normas básicas, directrices o un código de conducta relativos a las actividades de las empresas transnacionales para velar que no descuiden o no coloquen en peligro los objetivos nacionales y los valores socioculturales de los países que las acogen. A éste respecto la Comisión Sobre las Empresas Transnacionales de las Naciones Unidas debería dedicar especial atención a las implicaciones de las implicaciones de las actividades de éstas empresas en los campos de la comunicación, la información y la cultura”9.

Con la aplicación de estas medidas y otras más, se podría balancear el desmedido peso ideológico y educativo que ejercen las empresas transnacionales sobre las estructuras culturales y sociales de la periferia donde actúan.

En cuanto a la alineación informativa, el Informe MacBride, destacó que “al mismo tiempo que prolifera el desarrollo de las comunicaciones en los últimos años poniendo al mundo exterior al alcance de millones de personas que antes vivían en comunidades aisladas; ahora surgen dos preocupaciones centrales. Primero, el desarrollo de la comunicación puede convertirse en una amenaza para la calidad de la cultura y de los valores que ésta encarna. Segundo, la apertura indiscriminada a nuevas impresiones transmitidas por los medios de comunicación de masas, aleja al público de su propia cultura”10.

En éste sentido, debido a la “rapidez y al impacto de la explosión de la comunicación social se han observado efectos nocivos. La concepción de la realidad de mucha gente queda obscurecida o deformada por mensajes de los medios de comunicación social. El rápido aumento del volumen de información y distracciones ha traído consigo un cierto grado de homogenización de las diferentes sociedades, al paso que paradójicamente los individuos pueden quedar mas radicalmente cortados de la sociedad en que viven, debido a la penetración de los medios de difusión en sus vidas. La introducción de nuevos medios, en particular de la televisión, en las sociedades tradicionales ha zarandeado las costumbres seculares, las prácticas culturales ancestrales, las aspiraciones sociales y los modelos económicos. Con mucha frecuencia lo benéfico de la comunicación moderna que difunden deformaciones y distracciones insólitas producidas en las ciudades, conllevan influencias negativas que perturban el orden social. En casos extremos, los medios de comunicación han pisoteado y deformado modelos socioeconómicos que tenían varios siglos de antigüedad”11.

La súbita “introducción de los medios de comunicación de masas ha reforzado que las comunicaciones interpersonales resulten mas difíciles y tensas. Debido a que la información de los medios llega a millones de individuos éstos ejercen una influencia común en los públicos de las ciudades, de los suburbios y del campo y sobre personas que tienen convicciones ideológicas y religiosas diferentes y que proceden de estratos étnicos muy diversos. Así, los estilos de vida, las costumbres, los hábitos, los gustos, las preferencias, las creencias y las opiniones tienden a deformarse en detrimento de la variedad y el individualismo. Con apoyo de las industrias audiovisuales, las empresas transnacionales han introducido en la periferia cosmovisiones extranjeras perjudiciales para la estructura de valores locales fundamentales12”.

Frente a ésta añeja realidad el Informe MacBride señaló que “es necesario que los gobiernos y los órganos de poder instrumenten las siguientes 6 políticas generales: Primero, el establecimiento de un sistema de comunicación nacional como requisito para salvaguardar una cultura floreciente. Segundo, los medios de comunicación social deben quedar totalmente ensamblados en el sistema de comunicación, que a su vez, debe tener las características privativas del país y conciliar los medios tradicionales de comunicación y los modernos. Tercero, para garantizar la supervisión, el desarrollo y la eficacia de la pluralidad comunicativa, los medios tradicionales de información deben actuar de forma imbricada con los modernos. Cuarta, de debe fortalecer la comunicación interpersonal para horizontal para atenuar los excesos de la comunicación vertical. Quinta, se debe fomentar las culturas endógenas frente a la intrusión de culturas externas y modernas. Finalmente, sexta, es prioritario desarrollar, vía los canales de difusión, las lenguas nacionales que en muchos países han cedido su lugar a lenguas coloniales13”.

Finalmente, en cuanto a la democratización de la comunicación, el Informe MacBride, señaló que “los derechos humanos no puede existir sin la libertad de palabra, de prensa, de información, y de reunión. La transformación de esas libertades en un derecho individual o colectivo más amplio a comunicar es un principio evolutivo en el proceso de democratización”14.

Las necesidades de “una sociedad democrática en materia de comunicación deben quedar satisfechas mediante la formulación de derechos específicos tales como el derecho a ser informado, el derecho a informar, el derecho a la protección a la vida privada y el derecho a participar en la comunicación pública, que encajan todos ellos en el nuevo derecho a comunicar. En vísperas de lo que cabría calificar de una nueva era en materia de derechos sociales, todas las implicaciones del derecho a comunicar deben ser el objeto de un minucioso análisis”15.

Por sus inmensas posibilidades “de influir en el espíritu y en el comportamiento de los individuos, la comunicación puede ser un modo vigoroso de promover la democratización de la sociedad y de ampliar la participación de los ciudadanos en la adopción de las decisiones. Esto depende de las estructuras, de las prácticas y de la gestión de los medios de comunicación social, así como de la medida en la cual faciliten un más amplio acceso a la comunicación, al abrirla a un intercambio de libre de ideas, de informaciones y de experiencias entre interlocutores situados en un plano de igualdad, sin predominio alguno ni discriminaciones”16.

Sin embargo, 25 años después de difundirse el Informe McBride, hasta el momento, estos aspectos se encuentran muy lejos de haberse alcanzado. Ante ello, el Informe planteó la necesidad de considerar los siguientes aspectos:

1.- Que los países “amplíen las fuentes de información que necesitan los ciudadanos en su vida cotidiana. Se requiere emprender un examen minucioso de las leyes y reglamentos vigentes para reducir las limitaciones, las cláusulas secretas y las restricciones de diversos tipos en las prácticas de información”17.

2.- Se debe abolir la censura o el control arbitrario de la información. En los sectores en los cuales estén justificadas unas restricciones razonables, éstas deberían quedar definidas en una ley, su aplicación estar sometida al control judicial y ceñirse a los principios formulados en la Carta de las Naciones Unidas, la Declaración Universal de Derechos Humanos y en los demás instrumentos que adopte la comunidad de naciones”18.

3.- Los obstáculos y las restricciones que se derivan de la concentración de la propiedad de los órganos de información, independientemente de que sean públicas o privadas, merecen analizarse con toda profundidad para encontrar sus vías democratizadoras. Se debe proceder a un examen critico del problema de las condiciones financieras que se imponen a los órganos de información y de las medidas adoptadas para reforzar la independencia de la redacción”19.

4.- Por último, se deben tomar medidas jurídicas eficaces para limitar la concentración y monopolización; conseguir que las empresas trasnacionales acaten los criterios y las condiciones específicas definidas en la legislación y en las políticas de desarrollo nacional; invertir la tendencia a la reducción del número de responsables cuándo está aumentando la eficacia de la comunicación y la dimensión del público; reducir la influencia de la publicidad sobre la política de redacción y los programas de radiodifusión; y perfeccionar los modelos que permiten fortalecer la independencia y autonomía de los órganos de información”20.

Con el rescate de los postulados básicos que promovió el Informe MacBride se debe replantear la construcción de un nuevo orden mundial de la información que equilibre los enormes desajustes comunicativos y culturales que está ocasionando la aplicación indiscriminada de la Ley del Mercado Informativo sin contrapesos reguladores. De lo contrario, cada vez más se formará una cultura y comunicación salvajes que no impedirá sobrevivir a los seres humanos del siglo XXI.


Notas:

1 Un solo Mundo. Voces Múltiples. Comunicación e Información en Nuestro Tiempo, Sean MacBride, Fondo de Cultura Económica (FCE) y UNESCO, México, D.F., 1980, paginas, 260 a 262.
2 Ibid, paginas 264.
3 Ibid, paginas 184 a 185.
4 Ibid, paginas 184 a 185.
5 Ibid, paginas 186 a 187.
6 
Ibid, pagina 453.
7 Ibid, pagina 189.
8 Ibid, pagina 190 a 197.
9 Ibid, pagina 197 y 198.
10 Ibid, pagina 278.
11 
Ibid, pagina 279 y 280.
12 Ibid, pagina 279 y 280.
13 Ibid, pagina 281 a 288.
14 Ibid, pagina 449
15 Ibid, pagina 450.
16
 Ibid, pagina 451.
17 Ibid, pagina 451.
18 Ibid, pagina 451.
19 Ibid, pagina 452.
20 Ibid, pagina 453.


Dr. Javier Esteinou Madrid
Investigador Titular del Departamento de Educación y Comunicación de la Universidad Autónoma Metropolitana, Unidad Xochimilco, México, D.F.

Monday, November 09, 2020

Día mundial de la lengua rromaní “Amari tchib” , por Juan de Dios Ramírez-Heredia

Día mundial de la lengua rromaní “Amari tchib” | Periodistas en Español


Dives lumiati andal rromaní tchib

Juan de Dios Ramírez-Heredia¹

La celebración que el día 5 de noviembre hacemos todos los gitanos y gitanas del mundo tiene una especial relevancia para nosotros, un pueblo disperso por todo el universo, que no tiene ningún Estado común propio que reivindicar pero que, sin embargo, reclama para sí el derecho a ser reconocido y respetado como una inmensa nación de hombres y mujeres que tienen por techo el azul del cielo y por suelo el verde de los campos y praderas de la Tierra.

Bandera del pueblo gitano
Bandera del pueblo gitano

Así quedó simbolizado en los colores de la bandera gitana oficialmente establecida en el Congreso de Londres de 1971

Los datos que ofrezco seguidamente deben aceptarse con la debida cautela, aunque mi larga experiencia y el conocimiento que tengo de la realidad gitana en todo el mundo avalan su contenido.

Habitamos el planeta unos catorce millones de rromaníes. (Permítanme utilizar ese sustantivo españolizado para no andar con la monserga de «vascos y vascas», «españoles y españolas», «gitanos y gitanas», «andaluces y andaluzas»)

Rromaníes comprende a los dos géneros: gitanos y gitanas, lo que simplifica el lenguaje como, por otra parte, está recogido en las reglas gramaticales del idioma. Por ejemplo, «amigo» en rromanés se dice «amal» y su plural se forma añadiéndole la vocal «e», es decir, «amalé», amigos. Y si queremos decir «queridos amigos y amigas» basta con decir «kamlé amalé» sin necesidad de ser reiterativos.

Pues bien, a groso modo se puede asegurar que de los catorce millones de rromaníes que forman nuestro Pueblo, diez millones tienen el rromanó como lengua madre. Es decir, se levantan y se acuestan hablando en rromanés. Es el idioma de la comunidad y de la familia. Los hijos hablan con sus padres en rromanés y enamoran a su chica (si es gitana) en rromanés y lo más importante, piensan y razonan en rromanés.

El idioma es la principal seña de identidad de un pueblo

No voy a caer en la tentación de posicionarme aquí según las teorías del antropólogo Benjamín Lee Whorf quien en 1940 publicó un artículo corrosivo sobre la influencia de la lengua materna en la capacidad de pensar. Estoy más de acuerdo con lo que afirma Guy Deutscher, investigador de la universidad de Manchester, quien reconoce que una lengua no impide que sus hablantes piensen y actúen de forma diversa, pero un idioma «sí condiciona la forma en la que se ve el mundo».

Decía que diez millones de rromaníes tienen el rromanó como lengua madre, pero, al mismo tiempo todos saben y utilizan en su vida pública cotidiana el idioma del país en que viven. Es decir, que el noventa por ciento de los rromaníes son bilingües.

¿Qué pasa con los cuatro millones de rromaníes restantes? Dos millones hablan y entienden perfectamente el rromanó. Lo han aprendido, bien de sus padres, o de sus abuelos o de sus amigos. Lo utilizan cuando quieren mantener una conversación con otros gitanos o cuando quieren poner de manifiesto su condición de «rromá», gitanos. («rromá» es el plural del sustantivo «rrom», gitano).

Y quedan otros dos millones de rromaníes. Son los que vivimos en España (750.000), en Portugal, sur de Francia e Inglaterra. Los gitanos que viven en estos países han perdido el rromanó, aunque hablan una especie de «idioma» al que en España todo el mundo llama «caló», y que no es más que un pogadolecto del rromanó.

El pionero en dar la batalla en defensa de nuestra lengua desde el ámbito académico es Nicolás Jiménez González. Un purista que ha sabido ensamblar el conocimiento personal que tiene del rromanó universal con el habla gitana que tanto él como yo hemos aprendido en el seno de nuestras familias

¿Qué es el “caló”?

Es precisamente Nicolás Jiménez quien mejor ha definido nuestra peculiar manera de «hablar en gitano»:

«El caló no es exactamente un dialecto del rromanó, sino que es un pogadolecto. Este neologismo ha tenido que ser ideado por lingüistas romaníes para definir una categoría de fenómenos lingüísticos que se dan en múltiples lugares del mundo y en muy variados contextos históricos y sociológicos.
Un pogadolecto consiste en un habla cuya estructura gramatical está tomada de una lengua A, en la cual se inserta un léxico procedente de una lengua B. (En la terminología lingüística este tipo de fenómenos se denominan «hablan mixtas»). El caló en España tiene una estructura gramatical propia del español sobre la que se ha insertado el vocabulario rromaní, con algunos préstamos de otras lenguas».  

Nicolás Jiménez es el autor de un magnifico manual, titulado «¿Sar sam?», para el aprendizaje del rromanó estándar, editado por el Instituto de Cultura Gitana.

Debo añadir también el reconocimiento de los esfuerzos realizados por Calos Muñoz Nieto, otro gitano madrileño, quien sigue impartiendo cursos y jornadas de divulgación del rromanó allí donde se le llama.

Carlos Muñoz ha sabido interpretar el pensamiento de la nueva juventud gitana cuando ha escrito que «los gitanos y gitanas de hoy en día nos vemos en el deber moral de reivindicar el derecho a la diferencia lingüística y a exigir medios suficientes para la reimplantación de nuestra lengua al igual que se ha hecho con otros idiomas en todo el estado. Queremos convivir con todas las culturas que nos rodean dentro del respeto y la armonía necesarios, sin tener que olvidar por ello la propia identidad».

Mesa del Congreso gitano de Londres de 1971
Mesa del Congreso gitano de Londres de 1971

KON BISTAREL LESQUI TCHIB, BISTAREL PES
(Quien se olvida de su lengua, se olvida de sí mismo)

Cuando en abril de 1971, hace cincuenta años, tuve la gran suerte de participar en Londres en el primer congreso mundial del Pueblo Gitano, recibí tantos impactos vitales que aquel acontecimiento supuso para mí una transformación absoluta del conocimiento que yo mismo tenía del pueblo gitano. Y debo manifestar que mi primera sorpresa fue ver como la mayoría de los participantes, procedentes de una veintena de países de todo el mundo, se entendían perfectamente en una lengua que yo suponía que era una forma avanzada del caló.

Pero no, hablaban en rromanó. Hombres y mujeres cuyas familias habían vivido separados y perseguidos durante siglos. Pero habían conservado las costumbres y tradiciones comunes siendo su principal tesoro la vieja lengua con la que salieron de la lejana India nuestros más remotos antepasados.

Hice un gran esfuerzo para enterarme y participar en los debates que duraron varios días, al tiempo que grababa en un pequeño casete todo lo que allí se decía. Y miré usted por donde, descubrí que muchísimas de las palabras que había grabado no me eran desconocidas y que la mayoría de los verbos «castellanizados» del caló tenían sus raíces en los verbos del rromanó. Todos los participantes fuimos conscientes de la necesidad de trabajar intensamente para garantizar la supervivencia del idioma y de darnos unas reglas muy sencillas que contribuyeran a la estandarización de la lengua. Y ese fue uno de los principales acuerdos tomado por unanimidad por los asistentes.

Marcel Courthiade 2003 04 20
Marcel Courthiade

La consecuencia fue casi inmediata. Marcel Courhiade, un gitano albanés afincado en Francia, se convirtió en el referente más autorizado para los rromaníes que queríamos recuperar o perfeccionar el rromanó. Esto le llevó a ser la figura más relevante del Instituto Nacional de Lenguas y Culturas Orientales de la Universidad La Sorbona de París. Me precio de tener con él la más entrañable amistad.

Seo Cizmich 2008
Seo Cizmich

De la misma forma que hoy contamos en España con Seo Cizmich, «Embajador Honorífico de la Lengua Rromaní» y el mejor divulgador, desde sus orígenes, de la «Rromaní Tchib».

Quiero también rendir homenaje al presidente del Congreso de Londres de 1971 que fue un gitano serbio llamado Slobodan Berbeski, poeta y reconocido político en la época del mariscal Tito. Él fue diputado en la antigua Yugoslavia y cuando tomaba la palabra lo hacía en rromanés porque él representaba a la minoría rromaní de su país compuesta a la sazón por algo más de un millón de personas. George Sarau, uno de los grandes estudiosos del rromanés, desde su tierra natal, Rumanía, dijo que «En Slobodan Berbeski la lengua gitana lleva toda la historia del pueblo rromanó».

En 1971 Franco aún estaba vivo y, en consecuencia, aún faltaban algunos años para que yo fuera diputado. Slobodan Berbeski lo fue mucho antes que yo, por eso, al estrechar su mano en Londres tuve la premonición de que algún día muchos gitanos y gitanas llegaríamos a alcanzar el grado de representación que él tenía para continuar con el testimonio de su lucha por la justicia.

  1. Juan de Dios Ramírez-Heredia Montoya es abogado y periodista, presidente de Unión Romaní
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