A DITADURA ACABOU NO BRASIL. MENOS PARA MAURICIO NORAMBUENA: ELE AINDA RECEBE TRATAMENTO DE PRESO POLÍTICO!
Ele vem sendo mantido em isolamento há 14 anos |
Reproduzo abaixo, na íntegra, a entrevista concedida por Laura Hernández Norambuena ao jornalista Andrés Figueroa Cornejo, denunciando as gritantes ilegalidades e terríveis abusos cometidos no Brasil contra o irmão Mauricio, cuja pena há muito deveria estar sendo cumprida em sua pátria, o Chile.
Concordo inteiramente com a afirmação de que, hoje, sua condição em nosso país é de um extemporâneo preso político, merecedor da solidariedade de todos cidadãos avessos ao autoritarismo, bem como a de todos os defensores dos direitos humanos.
A tradução foi efetuada pela equipe do site Adital, à qual agradeço. E os interessados em mais informações sobre o caso poderão obtê-las aqui.
FAMÍLIA DE PRESO CHILENO NO
BRASIL LUTA POR SUA EXTRADIÇÃO
Até fitar os olhos do carcereiro dá ensejo a punição! |
Quase no limite que divide as cidades de Valparaíso e Viña del Mar, na V Região do Chile, há uma casa vertical e verde, suspensa no topo de um monte mordido pelo Oceano Pacífico. Ali, entrevistei a doutora em medicina Laura, uma das irmãs de Mauricio Hernández Norambuena, conhecido também comoComandante Ramiro, ex dirigente da Frente Patriótica Manuel Rodríguez (FPMR).
Essa força comportou um dos principais destacamentos que combateu política e militarmente a tirania pinochetista e que, de acordo com diversos analistas, precipitou o pacto interburguês que terminou com o regime cívico-militar de 1973 a 1990, e abriu o período de administrações civis vigente até hoje no país andino. Ambos os sistemas políticos correspondem a formas distintas e funcionais moldadas pela mesma ditadura do capital, em sua atual fase.
Mauricio Hernández é prisioneiro na Penitenciária Federal de Porto Velho, em Rondônia, Brasil, próxima à fronteira com a Bolívia, acusado de ser parte do sequestro do empresário Washington Olivetto. A ação teve motivações políticas de caráter internacionalista e de emancipação social.
É verão no meio da tarde, no Chile, e pela janela o mar provoca lágrimas nos olhos.
Laura, como defines as condições nas quais mantêm cativo Mauricio no Brasil?
Encerrado em isolamento. No Brasil, é o único caso que existe com a duração de 14 anos em semelhantes condições. O sistema de isolamento extremo, no Brasil, é inconstitucional nesse país. De fato, é condenado por todos os organismos de Direitos Humanos existentes. O caso de Mauricio é denunciado por nossa família na Corte Interamericana de Direitos Humanos, e esta entende que é uma condição desumana se for prolongada.
Em que consiste o ‘encerramento em isolamento’?
Mauricio permanece 23 horas do dia sozinho em sua cela, o que atenta contra a essência social dos seres humanos e contra um direito também essencial: é proibido de interagir com seus pares. Conta apenas com uma hora para sair ao sol, ou seja, a um pátio do tamanho de meia quadra de futebol baby. Unicamente, é autorizado o contato com familiares diretos (os quatro irmãos/ãs que restamos). Sua prisão em isolamento brutal provocou, por exemplo, que do terremoto que sacudiu mortalmente grande parte do Chile, em 2010, tenha se inteirado três meses depois de ocorrido.
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